terça-feira, 13 de maio de 2008

Mergulho profundo

Hoje sinto-me nublada, como o tempo. Hoje já choveu muito dentro de mim e não tenho grandes
esperanças que amanhã o sol brilhe num céu azul. Apeteceu-me desistir de tudo e apagar tudo
da minha memória, o que é grave, uma vez que os pedaços que a compõem foram sempre tão
valiosos para mim...
Como aquelas caixinhas de música que se abrem em bicos de pés de uma bailarina, a rodopiar
muito graciosa e equilibrada. Ela hoje curvou-se perante o abrir brusco da caixinha e acabou por
cair. Pobre dançarina, guardiã das jóias do mar eterno.
Ah o Mar... esse não quero eu esquecer, porque é o único que se lembra de mim. Meu quadro de
aguarela, ondas dos meus dias, espuma dos meus sonhos, mergulho do meu abandono...
Por favor salga-me as lágrimas com a tua água, porque de tanto chorar perderam o sabor.
Devolve-me o reflexo da tua forma que eu estou a perder o sentido do meu lugar uma vez mais.
Por favor, por favor, por favor meu amor
!

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